Sonetos : 

PERDOAI-ME, MAS NÃO ME CONTIVE!

 
PERDOAI-ME, MAS NÃO ME CONTIVE!

Quer Deus, Louvado, Seja, que um pobre inocente
venha ao mundo deformado, sem pernas nem braços
sua mãe agonizando, não uma, mas duas perdas
quando olha seu filho inerme sem quaisquer traços

Que lembre uma criatura, de nosso Pai, coerente
quando jaz à sua sorte (mãe de todos os embaraços)
porque a igreja assim o diz mais as beatas lerdas
e o doutor inflamado que só se rege pelos calhamaços?

Ah, vis sois, senhores! não vos recai as dores
destas famílias, que ao ver estes pedaços de coto,
pálidos, ainda os fazem passar por pecadores?

Quem os sustenta? Os Governos e seus ditadores
apoucando a má sorte de quem vai roto,
p’la vida fora? pobres bebés e de seus progenitores.

Jorge Humberto
08/06/20


 
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jorgehumberto
 
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