Anoiteço ao raiar do dia,
Sou breve como a noite
E estou brisa à tarde
Para bronzear a madrugada.
Sou uma vida do leste
Que rumina diante da morte,
Do sudeste plano liberdade
E um sul meio melancólico.
Quem quiser que desabafe
Todos os pecados estropiados,
Assim nasço todas as manhãs.
Morro antes de todos,
Mas sei esperar a hora
De voltar a ser pó.
Às vezes pela aurora entardeço
E quando chega a noite
Faço o sol brilhar
E a lua esconder-se.
Do norte sou vida plena,
Porém sobrevivo no nordeste de mim
Preso diante da existência
Num noroeste sem esperança.
Quem quiser que fale
De todos os meus itens
Já que meu futuro é passado.
Viverei ontem
Perante a lua que cintila
E em frente ao sol escuro...
As horas que me obedeçam!
DE Ivan de Oliveira Melo
POEMA INSPIRADO EM ARISTÓTELES.