Estava sentado, à beira do caminho, com a mente vagueando e os olhos perscrutando!
Observei, numa montanha próxima, alguns filetes secos e forçados pela passagem de águas de chuva, vindas do ápice em direção do rés-do-chão. Vi também, marcas nas pedras, ocasionadas por raios, que seccionaram uma parte considerável de pedras as amontoando ao pé da serra.
Ao redor da montanha, havia algumas árvores “naturas” com os seus rebentos desabrochando das suas copas e apontando para o infinito, acima deles.
Um bando de aves posou na copa dos arvoredos sem macularem, ou destruir, os seus brotos suaves, limitando-se, apenas, a colherem alguns insetos e larvas de suas folhas tenras.
No solo, à minha frente, apareceu uma correição de formigas enfileiradas, uma atrás da outra, percorria um itinerário à procura de alimentos e, se desviando dos meus pés, pedras e paus, seguiram em frente na mesma ordem seqüente, só parando, momentaneamente, ao localizarem alimentos, vivos ou, não, todavia, sem nenhuma disputa entre elas e, após um ligeiro repasto, seguiam em frente.
Os meus olhos, espelhos da alma e da minha mente, a tudo observaram e mandaram o resultado para a minha mente, sempre disposta à análise do observado, dessa forma, iniciei fazendo uma comparação empírica do observado pelos meus olhares, resguardado pelo pensar, com os entreveros sempre a dominar o ser humano, que é um péssimo analista dos eventos, quando Eles não lhe dão algum lucro monetário ou, de galardão possessório.
As montanhas e serras, às vezes, seculares e, sempre imóveis, recebem as tempestades e os raios de forma natural, os considerando como analgésicos da secura ao seu redor, mesmo sabendo que as árvores, no seu sopé, são as alimentadoras principais daquelas chuvas.
As árvores aceitam os seus rebentos acima das suas frondes para os alimentarem, condizentemente, com os raios solares livres sobre Elas e, para receberem, em primeira mão, às águas das chuvas e o sereno amortecedor do calor.
As aves posam nas frondes das árvores a se alimentarem dos insetos e larvas dos brotos, sem os danificar em suas folhas brandas. Até quando defecam, estão ajudando no adubo das raízes.
A correição das formigas segue, disciplinarmente, uma após a outras, à procura de alimentos e, quando o encontram, não se digladiam entre elas, simplesmente, deixando para trás algumas companheiras a se abastecerem, com a maioria prosseguindo à procura do repasto mais adiante.
Quanto aos Homens, com honrosas e respeitáveis exceções, deixo a critério do leitor os comparar com as atitudes tomadas pela Montanha, Árvores, Aves e Formigas.
Será que o ser humano agiria da mesma forma?
Particularmente... Duvido!
Sebastião Antônio BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br
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