Enviado por | Tópico |
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Gyl | Publicado: 04/06/2020 00:05 Atualizado: 04/06/2020 00:05 |
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Re: Rio
E eu rio com a proximidade do teu mar. Beijo, querida Zita!
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Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 04/06/2020 04:52 Atualizado: 04/06/2020 04:53 |
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Re: Rio
"...Rio com a fé da nascente..."
E pronto. Lá veio o comentário. Efectivamente neste poema rio. E a bom rir. "...rio ao vento..." Esta ambiguidade na palavra, que nos faz balançar entre o nome e o verbo é difícil de não cair no lugar comum. Acho que a maior qualidade deste poema é essa. Sempre a correr, e "...na foz, devagar...", entre um e outro como a fluidez dum rio. Mostras-nos as diferentes estruturas do mesmo, desde a nascente à foz, ao leito mais ou menos profundo, às margens que o limitam e fazem, interrompido, de modo surpreendente pela papoila, rubra, quente (no único ponto de exclamação para o leitor não duvidar do ardor). Depois, estruturalmente ainda, em formato de esparsa longa, de métrica curta, a mancha gráfica também obedece à impressão fluvial. Com a margem direita não muito bem definida, oscilante... Engraçado, se centrasses o texto a meio da página, não haveria simetria nas margens. Uma muito direita a outra ondulante. Parece que se relacionam duma maneira harmoniosa, mas sendo ambas muito diferentes... Há muita emoção neste poema. Muita felicidade, até. Nunca esquecendo que os aluviões (adoro a metáfora para detritos que nos acompanham, falhas e defeitos) fazem parte do rio. O rio como personagem é uma das personificações mais ricas. Nasce, cresce, e morre ao reproduzir-se na foz dando origem ao mar, aquele oceano imenso. Mas trabalhá-lo de forma original é cada vez mais difícil. E cá estás tu a mostrar que não há impossiveis. Abraço Zita Que bom ler-te |