Poemas : 

DETENÇÃO

 
De tudo eu sei que sou detento...

Da vida, pois sou avesso às suas fórmulas.
Do destino, porque o confronto freneticamente.

Do amor, porquanto amo educadamente
As circunstâncias impolutas do seu vício
E me torno coadjuvante das paixões.

Do trabalho, pois suas regras me exaurem.
Da preguiça, porque sua função é a indolência.
Do sofrimento, porquanto alimento sua verve.
Da felicidade, pois alegria é episódio.

De tudo eu sei que sou detento...
Do orgulho, porque o homem é insanidade.
Da humildade, porquanto a existência é caótica.
Da fidelidade, pois escrever não é casualidade,
Mas a expressão da inspiração que é liberdade!

DE Ivan de Oliveira Melo


Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=350584 © Luso-Poemas

 
Autor
imelo10
Autor
 
Texto
Data
Leituras
678
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 01/06/2020 23:14  Atualizado: 01/06/2020 23:14
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: DETENÇÃO
Gostei da paródia no primeiro verso sobre o primeiro verso do Poema Da Fidelidade, de Vinícius de Moraes. Também gostei das construções poéticas, das contradições e afirmações firmadas nos outros versos. Todos nós somos detentos na/da vida. Mas é "um gemer sem sentir dor", é um "Estar-se preso por vontade"... Muito bom, poeta!