Vivo sem ser mais que ninguém
Nem me peçam para querer ser
Pois vou imaginando também
Que se levar quando morrer
Comigo, tudo aquilo que sei
Dirão de mim sem pragmatismo
Que vivi para o egoísmo
E morro ali porque não dei .
Vou e encorajo a minha sorte
Ao me dar sem condição
Para receber em gratidão
Uma vida após que a morte
Apenas o corpo me leve
E cá deixe aquilo que sou
De minh`alma que se atreve
Com as palavras que vos dou .
Vêm do fundo duma gaveta
Ora de amor, ora de inferno
Caixa mágica de um poeta
Que a sonhar se faz eterno
Á conquista de um reparo
Para seu mundo imaginado
Onde plantou um legado
Como servo do seu amparo .
De escrever não me privo
E lá vou conseguir parar
Um dia por cá não estar
Mas por ora ainda vivo
Talvez, por vezes, nem queira
Ou por outras porque preciso
Ou porque é a minha maneira
De dar á vida um sorriso .
E de dar porque advim
De todos os amores meus
Que talvez depois de mim
E bem para lá do adeus
Me vão querer bem dizer
Por muitas outras bocas
Para que não se façam ocas
As razões que quero crer .
Nascer para ser feliz