Ardências
Ardem
a alma
no esteio
do poema.
Sopro o fogo
das palavras.
O poema mora
no tempo
do mundo.
Funde-se
ao ferro
respira
dissolve-se.
Guarda-se
a chuva.
Liberta emoções
em nuances
de cores na tela
dos sentimentos.
Renovo-me.
Sou águia.
Com mil olhos
compreendo
aqueles que
me ignoram.
De tão ávidos
veem limites
no meu apego.
Em desassossego
é inútil e divertida
a fúria da alma.
Encaro
esboços
profundos
do ego.
Sei do extenso
desconhecimento
(reflito).
Entrego-me
ao mundo.
Escrevo.
Nervos em comunhão
são rodovias
curvas e retas
e pontes em
construção.
Poemas
desenham-se.
...
Ai de mim!
Perco-me
ao lembrar
de abraços
do amor
ao primeiro
gole do café
da manhã,
indo da cozinha
à sala de estar.
Sou imperfeito.
Desfolho-me
no orvalho.
O amor é maior
além de 1m80.
Olho teus olhos
e confesso;
és o lado oculto
do meu carma.
Encerro-me.
Sonho ser
uma flor
para que
me possas
regar.
Digo coisas
inspiradas:
Entorto-me
com teimosia
e silêncio.
A poesia
deslisa
nas mãos
em desenhos
surreais.
Evoluem ideias.
Iluminam-se.
...
O poema
Um vento desvairado
leva o poema
inteiro para
a rua.
O desejo
emoldura
olhares.
O canto do galo
é prenúncio
d’um poema
na madrugada.
Poemas em ondas deslizam nas águas.