Ao poeta vale a quimera
No dom com que pondera
A natureza em seu redor
E é no sonho que se esmera
Para o elogio que lhe espera
Por escrever com tanto amor.
Com cada dente ele mente
Com cada cabelo ele sente
Em sua alma tão viajada
E mesmo que a dor aumente
O poeta vem e a desmente
Como uma dor aliviada.
Confesso que talvez minta
Se nas veias me corre tinta
Mas às palavras jogo sentido
É de vida que meu ser, as pinta
Pois quero que alguém as sinta
Com o prazer que lhe é devido.
E o desejo que lhes endosso
É de que o prazer seja vosso
Ao lerem aquilo que escrevo
O que sai de mim, faço nosso
Das tripas mais do que posso
E do coração o que lhes devo.
E para que não me traia o ego
Assim a vós, livre me entrego
Partilhando ideias e valores
Minha alma vai em sossego
Pois minhas palavras, aconchego
Em vós, queridos leitores.
Nascer para ser feliz