Maligno Magno era do bem.
Praticante das boas acções
avulsas.
No rosário dos santos
fugia
das ladaínhas
dos mantras saídos de cor.
Esse bem ensinara-lhe a vida
tanto
quanto a vida lhe ensinará o bem.
Assim que viu Benigna de Deus
faltou-lhe o ar.
Com jeito especial para a malícia
e
ajoelhar
no altar.
Crente na magia do engano.
A vida que a engana, tem-lhe dado muitas
lições,
poucos sumários.
Entre acertos
os erros que erram um com o outro
percorrem-lhes os corpos,
acham guarida. Conhecem o mundo...
O ar,
confuso,
não sabe onde respirar...
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.
O video-clipe que acompanha o poema tem direitos de autor.
Foi retirado do youtube, e é uma interpretação dos Frente! duma música dos New Order.
A mim arrepia-me.