Poemas : 

segunda-feira

 
 
Maligno Magno era do bem.
Praticante das boas acções
avulsas.

No rosário dos santos
fugia
das ladaínhas
dos mantras saídos de cor.

Esse bem ensinara-lhe a vida
tanto
quanto a vida lhe ensinará o bem.

Assim que viu Benigna de Deus
faltou-lhe o ar.

Com jeito especial para a malícia
e
ajoelhar
no altar.

Crente na magia do engano.
A vida que a engana, tem-lhe dado muitas
lições,
poucos sumários.

Entre acertos
os erros que erram um com o outro
percorrem-lhes os corpos,
acham guarida. Conhecem o mundo...

O ar,
confuso,
não sabe onde respirar...


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

O video-clipe que acompanha o poema tem direitos de autor.
Foi retirado do youtube, e é uma interpretação dos Frente! duma música dos New Order.
A mim arrepia-me.
 
Autor
Rogério Beça
 
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