Enviado por | Tópico |
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Gyl | Publicado: 22/05/2020 15:50 Atualizado: 22/05/2020 15:50 |
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
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Re: Para não me esqueceres
Sempre um prazer beber da sua água, Zita. Beijo!
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Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 26/05/2020 12:46 Atualizado: 26/05/2020 12:51 |
Da casa!
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Mensagens: 308
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Re: Para não me esqueceres
Um poema com sabor a Natureza e infância. Talvez porque a infância preserva, em nós, a genuinidade que a Natureza tem - e porque somos sempre, em parte, crianças quando nos apaixonamos ou quando evocamos essa paixão.
O melhor é mantermo-nos abertos para o prodígio e para a possibilidade: “Manterei as pálpebras abertas, para o sol.” Só assim poderemos ser tudo o que somos (ou poderemos vir a ser): “Conjugarei a água com o fogo. Para não me esqueceres.” Isto porque o todo pressupõe contrastes e a aceitação do todo requer os contrastes que com ele vêm (tal como os espinhos das rosas): “Na primavera, os espinhos vigiam as rosas.” (o "vigiar" está delicioso...) Nas partes do todo está o todo das partes: “O mundo entre pétalas.” E, no meio de tudo isto, insiste “O canto da maçã” (tão belo!), esse canto que remete para a liberdade infantil também presente no trecho: “Cheio de barro, o olhar.” ... Entretanto passa-se da primavera para o verão e somos, agora, mais adultos: “O Verão. Entra no arbusto do corpo.” (este "arbusto" que é selvagem e que se revela no que esconde... como a sedução) Ainda que prevaleça uma mesma vontade de partilha e dádiva/entrega em todas as estações: “A ideia de mim, volta-se para ti.” Gosto! |