Mais alto! Muito mais além do
Infinito!...
Assim são os meus sonhos
Mais bonitos!...
Assim vão as minhas quimeras
Aladas!...
Move os gigantescos moinhos
De vento!...
Traga a tua casa os quixotescos
Desejos meus!...
Sempre lúdico por essa espessa
Via-láctea!...
Por esse néctar exalado dos deuses
Manjares...
Deslizo macio e profundo! Findo gozo!
Tenho fome de estrelas anãs... Antares...
Beba o leite sacrossanto voluptuoso!
Vamos por entre as intrigantes cabeleiras
Dos cometas!...
Faço extensas labaredas foscas vermelhas
Em minhas largas e morenas omoplatas...
Acesas estão as meninas estrelas dos meus
Olhos...
Tenho permanentes, em meus alvejantes
Dentes, planetas provisórios...
Jorro lácteo pastoso mel como caudalosas
Cascatas...
Teço, entretanto, entre todos, teias tênues
Traçadas
Por substâncias que fluem em deltas de
Rosadas mágicas...
Pela natureza das coisas santas e
Fantásticas!...
Foge e fulge um ponto de luz no universo.
Não há mais o porquê. Não há mais problema.
Acione a ampulheta do deserto!
Conta a areia!...
Desvenda-te mais esse poema!...
Vaga livre acima das águas O Espírito sem dor.
Grito alarmado por todo espaço sideral:
Onde estás, Criador?
Onde estás, Criador?
Gyl Ferrys