Poemas : 

dessedentação

 
despeço-me como me apresento. obrigado por me receberem. sequioso pela sombra da aprovação. na espera do menos só. no bando ou no cardume, há sempre uma ave rara ou peixe escasso com que me pareço. ou não. talvez me dê aos exageros. porque, no fundo, sigo. não me seguem. acho que posso me outorgar o epíteto de cópia barata, pelo menos. ao mais, sou o expoente de coisa nenhuma que valha a pena falar, ou escrever. há fenómenos estúpidos que me perseguem, alimentam a paranóia. intervalados com ambiguidades, euforias e revoltas. e na viagem adio mais uma estação de saída. espero o inverno. hoje aprendi uma palavra nova: dessedento-me.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
604
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
5 pontos
1
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 16/04/2024 10:31  Atualizado: 16/04/2024 10:31
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: dessedentação
e a natureza funciona nessa viagem que é viver sem medo do ridículo