despeço-me como me apresento. obrigado por me receberem. sequioso pela sombra da aprovação. na espera do menos só. no bando ou no cardume, há sempre uma ave rara ou peixe escasso com que me pareço. ou não. talvez me dê aos exageros. porque, no fundo, sigo. não me seguem. acho que posso me outorgar o epíteto de cópia barata, pelo menos. ao mais, sou o expoente de coisa nenhuma que valha a pena falar, ou escrever. há fenómenos estúpidos que me perseguem, alimentam a paranóia. intervalados com ambiguidades, euforias e revoltas. e na viagem adio mais uma estação de saída. espero o inverno. hoje aprendi uma palavra nova: dessedento-me.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.