nunca mais
me viste, vês ou verás sorrir
perdi esse predicado
o corpo do sujeito
nas frases, epístolas que guiam o que penso
na minha boca restará só a fome
a coberto do deserto de abril.
E até ao meu dia de finados
amaldiçoo, amaldiçoei
e amaldiçoarei
cada instante
ingrato
gloriosamente ingrato
espera-me carpir
no lugar do sorrir
para a Leo
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.
perder
é o que há
a fazer...