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Rogério Beça | Publicado: 21/05/2020 11:02 Atualizado: 21/05/2020 14:24 |
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Re: Sei lá
Demorei um pouco a comentar este texto.
Uma prosa não tem estruturas, nem imagética muito trabalháveis, digamos assim. Se começar pelo título,e sendo rebuscado como me é costume, o facto de não haver uma pontuação leva a mais do que uma leitura. Por exemplo, com um ponto de exclamação o tom seria de desabafo, possivelmente de algum aborrecimento. Se fosse uma interrogação seria ignorância pura. Se o ponto fosse final? Admitia no sujeito poético (?!) um conhecimento específico, ainda que indefinido. Sei, do verbo e lá, o lugar. A "...sombra duma malagueta..." põe um picante na frase e algumas questões. Ainda podemos criar e ser originais com as sombras. Ao não saber "...o que esperar..." o dito sujeito (vá, como é claramente uma prosa poética posso usar o termo sujeito poético em paz...) repete as esperanças das quais parece querer fugir, mas que quase sempre são a última a morrer. "...as coisas não deixam de ficar intactas ao nascer do sol..." aqui vejo muito brilhantismo, porque a expressão, amanhã é um novo dia, não deixa de ser ilusória, isto é, nem o passado se apagou, e não é a aurora que pode cristalizar as mágoas e armezená-las fazendo com que deixem de existir. Tão bom e tão belo o teu texto Carolina, muito bom te reler, lembrares a todos que vives e que ainda se escreve bem por aqui. Abraço |