Lua
Sala enorme via-se ao longe.
Não tão distante que não se pudesse alcançar.
Também não muito próxima.
Talvez, pensando bem, não fosse grande.
Provavelmente pequena.
Isso.
Miúda.
Muito, muito minúscula.
Para tocá-la seria preciso um bastão enorme. Bem enorme!
Disse: enorme?
Acredito que não.
Um pedacinho de madeira seria bastante.
Exato!
Com um pequenino palito ela seria cutucada.
Graciosamente abriria suas vidraças e sorriria.
Gargalharia zombando de nossa pequenez.
Do lugar em que se encontra, e até o raiar, acenaria.
Sabia que ao escurecer alguém a estaria observando.
Sala enorme via-se ao longe.
Alexandre Sansone
21.06.2008