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Rogério Beça | Publicado: 16/05/2020 06:59 Atualizado: 20/05/2020 05:47 |
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Re: Amar-te é um elogio à saudade
Quase que podíamos dizer o mesmo do Alentejo.
Não gosto muito da palavra amor em poesia, acho-a forçada, quanto ao verbo amar já não o acho tão mau. O título está muito bem conseguido embora sejam ambos lugares comuns. A história da saudade ser uma palavra de difícil definição, e não ter tradução para outra língua, destaca um pouco isso. A frase em si, já é outra conversa. Coloca contudo o amar-te num tempo não presente. A saudade é coisa do passado ainda que agora se sinta. Houve algo que foi. Que hoje é saudade. A "meta" tem uma ambiguidade muito subtil. Quereremos mesmo atingir A META ? Atingida não se converterá noutra automaticamente? Há, realmente, uma dose enorme de frustração se nunca se atinge. E a tríade das perguntas (é tão bom ser curioso) são duma intimidade que roça o ridículo, sobretudo a segunda. As outras são mais gerais. Enquanto a resposta não é dada, o sujeito poético dá a sua, uma vez que há duas personagens, sendo uma delas mais implícita. A metáfora da "montanha" foi bem colocada, uma vez que há certas metas que parecem estar num topo e que o caminho é sempre a subir. Um quadro de impossíveis. Mas acabamos com esse sabor a esperança que é ver através dos olhos doutrém. Gostei. Nos poemas que nos apresentaste até agora tens demonstrado uma língua bastante poética, sem erros básicos, procurando respeitar o leitor e a ti próprio\própria. A reler Abraço |