Poemas : 

Amar-te é um elogio à saudade

 



depois do ponto de partida

após tantas quedas
sem nenhum de nós
ter chegado à meta
fica à pergunta triplicada:

já desististe de chegar ao fim?

já desististe de alguém ao teu lado?

já desististe de partilhar os mesmos passos…?

Olha que eu não desisti …

apesar da subida da montanha
ser mais longa que a descida …
mas que importa
se através dos teus olhos
vejo a savana africana …plana …plana…plana…plana … plana ...



Open in new window

 
Autor
eir
Autor
 
Texto
Data
Leituras
491
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
5 pontos
1
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 16/05/2020 06:59  Atualizado: 20/05/2020 05:47
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Amar-te é um elogio à saudade
Quase que podíamos dizer o mesmo do Alentejo.
Não gosto muito da palavra amor em poesia, acho-a forçada, quanto ao verbo amar já não o acho tão mau.
O título está muito bem conseguido embora sejam ambos lugares comuns. A história da saudade ser uma palavra de difícil definição, e não ter tradução para outra língua, destaca um pouco isso. A frase em si, já é outra conversa.
Coloca contudo o amar-te num tempo não presente. A saudade é coisa do passado ainda que agora se sinta. Houve algo que foi. Que hoje é saudade.

A "meta" tem uma ambiguidade muito subtil. Quereremos mesmo atingir A META ?
Atingida não se converterá noutra automaticamente?
Há, realmente, uma dose enorme de frustração se nunca se atinge.

E a tríade das perguntas (é tão bom ser curioso) são duma intimidade que roça o ridículo, sobretudo a segunda. As outras são mais gerais.

Enquanto a resposta não é dada, o sujeito poético dá a sua, uma vez que há duas personagens, sendo uma delas mais implícita.

A metáfora da "montanha" foi bem colocada, uma vez que há certas metas que parecem estar num topo e que o caminho é sempre a subir. Um quadro de impossíveis.
Mas acabamos com esse sabor a esperança que é ver através dos olhos doutrém.


Gostei.
Nos poemas que nos apresentaste até agora tens demonstrado uma língua bastante poética, sem erros básicos, procurando respeitar o leitor e a ti próprio\própria.

A reler

Abraço