Quando digo que posso morrer
Você não costuma acreditar
Mas do que adianta correr
Se eu já não tenho por que ficar?
O tempo passou de repente
E percebi o quanto ganhei e perdi
Em como cresci como gente
E o quão pouco agradeci.
Foram tantos que passaram por mim
Que por fim percebi que vivi, vivi?
Vivi momentos incríveis
Que por alguma razão esqueci.
Agora percebo
Que tanto há para viver
Dobram os sinos com o tempo a passar
E simplesmente gostaria cessar.
Foram momentos de amar, lembrar e sonhar
Foi tantos quereres, existires, padeceres em um único ser
Foram tantos eus, meus
Que agora simplesmente não sei.
Não sei para que viver
Não sei para que ou porque viver,
Tanto menos morrer.
Sei que não tenho querer
Mas que dia-a-dia hei de perecer
Sinto sem sentir
Vivo por viver
Não me importo em morrer
Não sinto tristezas
E as alegrias são vazias
E o porquê, eu simplesmente não sei.
Talvez eu seja mal agradecido
Ou só tenha conquistado o que quis
E mesmo assim saberia,
Não saberia como ser feliz.
Triste é a pessoa que assim se sente
Pois este não sabe como ser
E agradecer as pequenas coisas
Pior é ver, saber e simplesmente não poder
Pois sei que foram tantos méritos
E há tão pouco a crer
O que fazer? Não sei.
Isso tudo que consegui saber, além de que hoje
Eu poderia morrer.
Oh ego Laevus!