Passa o tempo devagar
por silêncios indiscretos
passa a dor que por te amar
vem do sangue de dois pregos.
Passa ao lado a ilusão
dessas trevas que deixaste
e no calvário do coração
um coração que tu pregaste.
Passam medos sem destino
passam gritos magoados
tantas pedras no caminho
que deixaste nos meus fados.
E até passa o meu ciume
e as mentiras que o fizeram
passam trevas, noite e lume
por tantas coisas que não eram.
Tudo passa, bem o sei,
por esta ausência sem razão
oh meu Deus porque deixei
que alguém pregasse meu coração?!
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro