Capital, Abril de 13
Sabes o que eu quería?
Escrever-te uma carta normal como todas as pessoas normais escrevem sabendo que ela chegará aos olhos do destino e em que se iniciam sempre por Querido, Querida Como vais.
Até nesta insolência de te escrever como quem folheia um livro tu me castigas, vicias e nada prometes. Merecías que te enviasse uma carta a perguntar como estás, que falasse de coisas banais como o tempo mas até a Primavera é maldita nas horas da lembrança.
Talvez te deva deixar de escrever e prometer que esta é a última, falhar a palavra e amanhã voltar a marcar o papel na vontade de te ter.
Amo-te.
Um beijo.