Contagem Regressiva
Eu sou o fundo de um poço escuro
E no lodo procuro a literalidade
Que nos filetes resplandecentes
Ainda há neste final de tarde
E neles encontrei a eternidade
Muito embora eu não a procurasse
E se abriram tantas portas
Todas transbordavam coisas mortas
Nada em mim faz parte da miragem
Que transcrevi com letras de nanquim
Mesmo que o sol esteja de passagem
E deixe ficar pedaços de ti em mim
Se na voz irresoluta da loucura crua
Eu vejo um velho mundo que agoniza
Ele principia a contagem regressiva
Mesmo que a realidade seja apenas sua
Alexandre Montalvan
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