Fez-se canto popular
Unindo vozes num desejo
Tem vida para se inspirar
Viva o cante do Alentejo.
O belo cante alentejano
Para que alguém o ouvisse
Foi pelo silêncio da planície
Cantando o quotidiano
E como as folhas do outono
Lá teimou em esvoaçar
Até o respeito alcançar
Para orgulho do seu povo
E ganhando um folgo novo
Fez-se canto popular.
Indo a par da natureza
Com afino na garganta
Todo o Alentejo canta
A humildade e a grandeza
E numa solitária beleza
Há uma esperança que vejo
A preencher o Alentejo
Com sua alma tamanha
E um coro que acompanha
Unindo vozes num desejo.
Odes aos campos e aos rios
Ao trabalho e à sua gente
Cantando aquilo que sente
Ao amor e aos seus desvios
E com sentimentos sadios
Com tanta terra e tanto mar
Tantos motivos, para cantar
Vai excomungando a solidão
E desbravando a imensidão
Tem vida para se inspirar.
Numa simples polifonia
É um canto sem vaidade
Que traz na voz a saudade
Com uma certa nostalgia
E na própria monotonia
Há cantadores com traquejo
Fazendo saias dum gracejo
E modas lentas que no fundo
Querem dizer para o mundo
Viva o cante do Alentejo.
Nascer para ser feliz