"O direito e a arte são as únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum significado!”
Raquel Domingues do Amaral
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Respeito quem morre de amor. Imagino como sobreviver
à solidão e seus contornos inimagináveis.
Qual maior tragédia?
Suspeito que seja
a dor dos solitários
na própria casa.
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Parto do princípio
de que não poderias
estar comigo
numa ilha.
Abrem-se asas
na América do Sul
ou num país fora
do Mapa Mundi?
A vida agora é um
um poema sinfônico.
Espalhem
o que houver
entre o olhar
da manhã
e a cegueira
na profunda
noite.
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Estou na alma
de quem sabe
ser audível
para vivos
e mortos.
Pensamentos
Triunfam
no cotidiano
das palavras.
Nasce a aurora,
crescem árvores,
constroem edifícios.
Iluminina-se
este profundo
e largo túmulo
onde dorme
o poeta.
A poesia nasce
e desaparece
na alma.
O sentimento
é mais profundo
na hora do adeus.
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Tropeças na ilusão
do romântico
amor.
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Há um poema
na memória
iluminada.
Poderia ser
um laivo
de ternura
os poemas
que ainda
não comecei
a escrever.
Declinam as horas
nos lugares onde
sonham marginais.
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O olhar desce
em cada ausência
e na clausura
onde ouvimos
uma oração.
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Descanso debaixo
da árvore despida.
Mil pássaros sobrevoam
a cidade vazia.
Meus versos
são faróis
de navios
atracados
no cais.
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Quanto
fostes
embora
tudo
ficou
vazio
e cheio
de nada.
Qualquer hora
é uma eternidade
para quem espera
o trem do amor
...
Escrever
é aventurar-se
na imensidão
das palavras.
Poemas em ondas deslizam nas águas.