plural primeira pessoa
O POETA E A MUSA
— ‘Ora m’escusa, musa: O delírio é bem-querer,
Na poesia há verdade apesar do erro humano.
Escuto soar a lira além por não sem dano
Co’a mais bela mentira a verdade dizer.’
— “Pois sim, poeta, verdade em teu canto uso ver,
Escuto em cada verso as liras, salvo engano,
Longe ao lugar-comum de nosso quotidiano:
As liras que ouves tu outros possam te ler.”
— ’’’Nós outros, poeta e musa, ousamos na obra lida
Como fôssemos um: Dois entes interiores
Pessoa unificada onde arte produzida.’’’
’’’Aos outros somos nós, à vera, tão melhores
Se, e somente se, artista e arte por toda a vida,
Oferecida em verso a improváveis leitores.’’’
* * *
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.