singular terceira pessoa
O NARRADOR
O poeta à musa canta e encanta co'o cantar.
Na luz em seu olhar, dá ao canto arte e engenho...
Crepita pelo peito um abrasado lenho,
Enquanto sente o ardor da musa a lhe queimar.
A musa ao poeta conta aonde o amor vai dar.
Devendo a arte à verdade ainda mais empenho.
Ser personagem ou mais belo no seu desenho,
À vera é ser mentira, 'inda que bela ao olhar.
O poeta lança a flecha às vastas soledades,
Tentando haver a musa entre belas mentiras,
Para lhe afagar o ego a ver suas vaidades.
A musa torna a flecha e o faz arder em piras,
Ferindo-o, ela fez d'amor e o amador verdades,
Ao pôr o poeta a ouvir uns acordes de liras...
* * *
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.