Um i
Inseto
Rodopia
Rodo
Pia
Pia?
Inseto
Não pia.
O correto
Seria
Um pinto
No
Lixo
Pia
E rodopia
No próprio
Eixo
Feliz
No
Lixo
No
B
Do bicho.
Estranha
Fotografia
Foto
Grafada
Na grade
Da casa
Fria
Na parede
Da memória
Da poesia
Um quadro
De Belchior
Que desfalecia...
Que faleceu
Devido a tanta
Noite
Tanto
Dia
Todo
Dia
Toda
Noite
Até que
A noite
Comprida
Feito açoite
Ceifou
A centelha
De vida
Da poesia
Do poeta
Do Cantor
Lá de cima...
Eu faço
Versos
Como
Faço
Amor
Com
Uma
Flor
Eu faço
Da vida
Um poema
Como
O Criador
Cria
a sua
Cria
Crio a dor
Creio na
Dor
Do
Parto
Do
Filho
Que
Nunca
Tive
Do
Poema
Que não
Escrevi
Que não
Antevi
Nem vi
Antes
Nem
Ainda.
Vossa Mercêr
Voismessê
Você
Ocê
o
Cê
O
C
Que
Acompanha
Estas linhas
Não sente
Algo diferente
Nas letras
Minhas?
Não pressente
Que o presente
Não se sente
Não se sentia
Quanto tudo
Era noite
Quanto tudo
Era dia
E um fantasma
Exótico
Parecido à tia
Fia
Que cria
Em trajes hipnóticos
Num cenário gótico
Quando exibia
no display
A mama
Caída...
Tudo cabe
Numa linha
Numa ave
Avezinha
Avessas
As travessas
Postas
Na mesa
Bléim, bléim!
Vem um trem
Aliás, vinha
Dum vinhedo
De Alexandria
(Nem sei
se lá tem rei
Se lá tem vinha)
Onde Bucéfalo
Babava
E grunhia
Relinchava
e morria...
E Rocinante
Nunca morria
Nem sabia
Que Aquilante
Existia...
Em terra eslava
Onde o cão
De Napoleão
Não ladrava
Nem mugia
Ninguém sabia
Nem a torcida
Do Flamengo
Que o cavalo
De Napoleão
Se chamava
Marengo
E o
De Tróia
Era uma pinóia
E o Asno de Buridan
É questão de opinião
Já o asno de Balaão
Era apenas
Uma menção
Feliz
Num capítulo
Nunca esquecido
De Machado
De Assis.
-Poemas
Gyl Ferrys