Águas refletem
a transparência
das rosas.
Pensamentos
deslocam
palavras.
A abundância
é visível
em múltiplos
espaços.
Transformo
o tempo
na assimetria
de um traço.
Devoras
nomes
e coisas
explícitas
e veladas.
Sobrevivo
enquanto
declamo
um poema
ritmado.
Decifro sinais.
Regresso ao cais.
Tudo se completa
num beijo.
Interpreto
personagens
à espera
de palcos.
Decoro
cenas
construo
cenários.
São tantas
as palavras!
Procuro
imagens
refletidas
nas águas?
Desassombro
Navego nuvens
iluminadas.
Esqueço noites
incendiadas.
Retenho
o instante
levanto
os braços.
Atravesso
outonos
com rimas
e laços.
O mundo se olha
no espelho do caos.
Desbotam
as roupas
expostas
no varal.
Navegas num rio
onde me espalho
em margens iguais.
Vês
o paraíso
quando
termina
o caos?
Flutuam
corpos
no mar.
Silêncios
engolem
as filhas
do sol.
Pousa
um pássaro
na alma
deslumbrada.
Setembro
passa.
Guardo
ventos
sem rumos
nas mãos
fechadas.
Liberto-me
na calmaria.
Ofereço-te
azuis adormecidos
e vermelhos desbotados
na trajetória
de um beijo.
Pudesse
eu ser sonho
quando
me afasto
de ti.
Morres lentamente
sem que eu consiga
ler tuas mãos.
...
Os nomes
desfiguram
as coisas.
por onde
caminhas
apagaram
relâmpagos
que se
atrasaram.
.
Amanheço quando os dias
abrem janelas e portas.
As sombras
trazem.
apenas
ondulações.
Pudesse eu tornar
a noite sem ruídos
no mar de silêncio
e saudade.
Com paciência
devoro a paisagem
com olhos de amar.
Pensamentos
passam dentro
da noite
abandonada.
Poemas em ondas deslizam nas águas.