Querida Dor
Querida dor que me consome,
Fazes parte deste meu intento de viver
Meu corpo se liquefaz em espuma
E uma finitude cega não me deixa ver
Que tu és a essência que me perfuma
Amada dor que talha o meu destino
Rasga-me a carne na triste paisagem
Objeto precioso que faz meu tino
Desfazer-se em um rio tomentoso e
Sem margens.
Libidinosa e atroz que me extasia
Perversa e embriagante
Na lascívia delicada dos teus braços
Faz-me as chagas conhecer
Feres meu corpo com os dedos delicados da agonia
Humano que sou... falho, tolo e desregrado
Caminho descalço neste rio de prazer.
Alexandre Montalvan
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