Sou a outra metade de meio eu, moeda que se vira na mesma face, sem coroa, sem reino. O pensamento derrete-se no sal das lágrimas que escorrem imparáveis para o chão, a vida desfaz-se e contorce-se em dúvidas sobre como será o dia de amanhã... se haverá amanhã. Os olhos vivem o momento efémero do presente que não mais é senão agora, e agora, e agora, nada mais que um mísero agora.
O vento quando sopra vem ao contrário do que é habitual, um mundo invertido, um espelho distorcido do sonho comum a todos, a vida. Somos todos um só, um pequeno e só grão de areia que se esvai por aí, sem destino, sem sentido e sem aquela vida que fabricámos para nós e para os outros.
Sou a outra metade de meio eu, sou nada e sou tudo, o zero absoluto e o infinito, eu e tu.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma