Poemas : 

A MORTE E O NADA

 
A MORTE E O NADA
A morte não toma partido.
A morte não tem partido.
No entanto, em sua democrática ação
ela se faz socialista chegando a todos:
Ricos ou pobres.
Negros, índios, brancos,
árabes, norte americanos, europeus.
Mulheres, homens e crianças.
Com assistência ou não.
Não existe meia morte.
Morte sempre será morte...
A ausência de vida.
A inanimada natureza
do que um dia foi animado.
Na morte não há mais carências,
desejos, ganância, egoísmos, ambições.
Quem se encontra morto,
nada mais quer e deseja.
Não precisa de comida, remédio, roupas.
Não precisa de emprego, salário,
casa, carinhos ou amor.
A morte é a ausência de vida.
E sem vida, nada mais importa:
Carrões, roupas caras, viagens,
comidas exóticas...
A morte coloca tudo no seu devido lugar.
O grande nada silencioso do que não existe.
A morte nos ensina que o dom mais precioso
do Universo é a vida.
A vida dá sentido a tudo.
Sem vida nada se constrói.
Sem vida nada mais importa.
Sem vida só o que resta é o grande vazio.
O grande NADA.
(Irmão Paulo de Paz).

 
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