O teu silêncio fez-se medo e passado
Dúvida vil, persistente e demente
Dor desse coração descompassado
Secura desinteressada, indiferente
Os teus olhos fixaram os meus
Entre corpos sedentos de mãos
Julgados entre si, como dois réus
Dois amantes, dois olhares irmãos
O dia de amanhã esqueceu de nós
Algemou cada um a seu passado
Aos sonhos transformados em pós
Por nosso amor louco e fracassado
O meu silêncio chorou desalmado
Calou e fintou um qualquer desejo
Lembrado o teu corpo desnudado
Espelhado no meu último beijo
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma