não sei da noite sacrificada ao sol
o dia chega já fatigado
os ombros curvados sobre o azul
como nuvens a entornar no mar
corre o desespero nas fontes arrepiadas
a jorrar sangue nas flores
(pobres flores)
de longe o vento assinala os vales vazios
onde os canaviais cortaram os pulsos
para deixar ouvir um piano de queixume
enquanto lhes sobra um ar
eis hoje a palavra de chumbo
a cada madrugada
(? como?)