Amor, criado em mim em tempos de pureza
Caiu em corrupção, para minha tristeza
Por minha solitária e animalesca natureza
Abismo cíclico, sem forças contra essa fraqueza
Minha alma chora junto a dos perdidos
Meu coração se entristece, vejo, estão feridos
Deturpada a minha perfeição inexistente
Meus planos afundados por um sorriso contente
Ah, como gostaria de não ter descoberto
Este imundo mundo de gente que se enche
Do nada e da própria destruição, singelo
Anjos, sujaram as asas na lama da enchente
Quero me banhar, e nunca mais me sujar
Difícil tarefa, antinatural, antinatureza
Busco consolo, não riqueza
No colo de uma surda Baronesa
Escute-me, escute a minha rouca voz
Que chama pelo teu nome, fugindo do algoz
Mesmo não sabendo o qual, grande é este mundo
Acende teu fogo, pois não enxergo no escuro
Arrisco-me intensamente e insanamente
A entregar-te minha corrompida mente
Na esperança de que sejas a que me complete
Já não mais penso,o rei esta nú, e meu coração quente