A espera dos telhados
Senta-se sobre o tijolo
Empilhado com ordem
À volta das janelas.
A espera dos telhados
Prolonga-se paciente
Por baixo das patas de um gato
Que por ali anda.
A espera dos telhados
Acumula o musgo
Que lhes molda a cor viva,
Que já foi nova.
A espera dos telhados
Dura todos os anos,
Todo o tempo que lhes passa
Por cima e por baixo.
A espera dos telhados
É lenta e viva
Como a água quase parada
Num vaso de flores.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.