Democraticamente a liberdade
foi, provisoriamente, cerceada,
e porque a cidade dorme
o medo passeia-se provocador
pelas ruas desertas
tentando insinuar-se perante os mais frágeis
que, resilientes enfrentam provações,
o silêncio produz um som estranho,
que penetra insistentemente, os pensamentos
transformando-os em onda simbiótica
de acalmia, inquietação
e muita esperança,
imbuídas numa profunda fé!
E a cidade, apesar de a alvorada
ter nascido há algum tempo,
mantém-se em sonolência,
só o medo continua a vaguear pelas ruas,
agora menos desertas,
saudosas do bulício!
Há no ar uma invisível nuvem
de solidariedade e humanização,
levando, certamente a muita reflexão,
que, infelizmente, acabará,
talvez, quando a cidade acordar
e a desumanização retornar!
José Carlos Moutinho
20/3/2020
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