Subitamente lembrei-me de folhear o nosso livro feito de memórias e parei no tempo. Parei porque aquele momento me fez chorar, sentir mal e sentir bem, até sorrir. Um misto de emoções que agora não passa de uma memória fugaz, mas que ainda me prende ao passado e o lembra como se fosse uma coisa tão recente.
Dei-te um beijo a que se seguiram muitos outros, um abraço daqueles que nos faz sentir vivos e de repente, o céu começou a ficar cinzento e os teus olhos irados... parecia que o mundo acabava ali, naquele instante.
Acredites ou não o sentimento que tinha por ti ainda cá está, está para continuar apesar de ter de o guardar para mim.
Rodeio-me de de esquecimentos para não pensar em ti, invento conversas e por vezes monólogos sem sentido, olho pela janela um horizonte agora sempre igual. Neste momento ouço Chopin. O piano canta coisas tristes, adequadas aos meus pensamentos, acompanho cada nota e dou-lhes cores diferentes para quebrar uma certa monotonia. Um dia de cada vez.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma
Re: Textos de Quarentena 1
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