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Eu não Pedi

 
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Eu não Pedi

Ouço os sons deste mundo
Em meus ouvidos de existência precoce
E com os olhos vejo a natureza morta
O paladar, o escarro de minha tosse,
Mas não devo tatear atrás da porta

Pois voltarei em breve ao meu calabouço
Com grades negras e feias
E o meu riso é o conflito que ouço
Com meu bico torto, como a ave que gorjeia
Mas o meu chão é um lúgubre fosso

Não é o destino que eu me pedi
Esta tortuosa sombra escurecendo a areia
Eu peço a Deus que me tirem daqui
Que me desgrudem desta pegajosa teia
Desta dor que em minha mão espremi

Agora já não me sinto e na prática,
Não descerei mais as escadas
É mais fácil a morte que a moral estática
Esta na hora da partida e não da chegada
Pois toda a tranquilidade em m'alma,
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . é trágica!

Alexandre Montalvan

 
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montalvan
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/04/2022 12:31  Atualizado: 15/04/2022 12:31
 Re: Eu não Pedi
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Eu fico muito feliz por deixar esse poema de uma flor negra e sensível, linda como a natureza é o destino escrito por você de uma maneira ímpar

Abraços!