Capital, Abril de 12
Teimosamente prossigo neste caminho de frases que te atiro como uma ponte que se faz entre duas margens, a minha visivel, a tua embrulhada na bruma do silêncio em que tudo o que daqui escuto pode apenas ser a minha voz.
E misturo tudo e encontro-me nauseada entre o ser e o sentir-te, procuro as nossas pequenas coisas para garantir um pouco de real a esta demência que amasso entre mãos e noites de insónia.
Todo o ruído que quero são as chaves na tua mão a abrir a porta.
Tu chegas, beijas-me na testa, finjo que durmo e no meu sonho destruo a ponte para que nunca mais te vás.
Não te mando beijos.
Só a minha aflição.