O AMOR NO TEMPO DO CORONA
Em um mundo surreal de palhaçadas e vômitos verbais de presidentes e ministros e uma “moral” medieval de pseudos-cristãos, nada melhor que um vírus desagregador e esnobe como um lorde inglês.
Não poderemos mais cumprimentarmos uns aos outros com beijos, abraços ou um simples aperto de mão.
O Corona caiu como uma luva ou um tsunami sobre uma sociedade saudosista das Cruzadas, da Inquisição e das ditaduras.
Quem sabe ainda nos encontraremos a um metro de distância um dos outros assistindo a queima de uma bruxa?
Poderá haver amor em tempos do Corona?
Ah, sim... O amor de sofá dos anos 1960 com a mãe fazendo crochê na poltrona do lado.
O amor de matinê com o cunhado mais jovem sentado no meio.
Tudo é possível nesse mundo impossível que cheira a naftalina.
Sempre haverá tempo para um beijo roubado atrás da porta ou em uma escada.
Nesse mundo surreal de tempos de Corona, o melhor é ser tolinho no bosque.
Mas quem disse que sou um tolinho no bosque?
Sejamos transgressores.
Não podemos admitir o retrocesso moral, cultural e porque não dizer amoroso.
Em tempos de Corona não nos deixemos dominar por uma guerra fria do amor.
Tudo isso vai passar e nós ainda estaremos aqui para rir de toda essa loucura.
(Proteus).