As espigas amarelas
De pão ainda por comer
Balançam suaves
Num resmalhar cheio,
Vivo e crescido.
Para lá e para cá
Balançam, dançam,
Não andam...
Mas embalam o vento
Fluentes como o tempo,
Demoradas.
As espigas amarelas
Empertigadas e belas
Postas em chão tratado,
Sulcado, arado,
Abanam de pé,
Abanam em pé
Em passo parado.
As espigas amarelas
Pelo vento afagadas,
De vento animadas,
Roçam-se entre elas...
O vento roça-se nelas
E falam em coro
De crescer e morrer,
De ser e deixar de ser.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.