Guardado amor, porque o sufoquei
Adiando o inevitável, me afundei
A complexidade do amor
Trouxe-me o temor
Experimentar outra vez
A morte de toda alegria
Tudo o que nasce, um dia morre
Amores têm morrido antes do tempo
Seus algozes, a paixão e o narcisismo
Amar meu reflexo adoece a mim
E usar a tua carne adoece a ti
Doentes estamos, doentes perecemos
O que dizer, ora, o que medo é
Esta prisão escarlate e imunda
Pesadas são as correntes da mente
E inúteis os encatamentos da lei
Pois não podem libertar a paz
O amor é livre, pois seu fardo é leve
Escorre meu tempo,
E meu amor comprimido e sufocado
Tão grande...parece que amarei sem ser amado
Beijarei sem ser beijado
Unirei, mas não serei unido
Tão somente enganado e ferido
Eis o lamento do que percebe as trevas
E o grito de quem esta ligado, mas desconectado
Não há rede maior que o abraço, esse pescará
E não há aconchego maior que o olhar, ainda que enganoso
Humano, quão complexo e teimoso
Cria as próprias fronteiras que o impedem de amar