Poemas : 

Poemas

 
Miro as águas
que resistem à luz
na transparência
das rosas.

Pensamentos deslocam-se
no universo das palavras.

A abundância persegue, desentranha
opostos internos
e externos.

Transforma, reconta o tempo
no rosto acabrunhado
de esperas.

Refulge
um traço
e um dia
no espaço
que devora
meu rosto.

Desapareço
no crepúsculo.

Refaço-me
além
do abismo
entre nós.
...

Sereias
despertam
corpos
adormecidos
na praia.

Olhares
deslizam
no silêncio.

Respiras o ar
da solidão?
.
Abstraio-me
na paisagem
e no cheiro
da chuva.

Fim de carnaval

Fevereiro termina
no compasso acelerado
do frevo e
no confete
molhado
na passarela
do samba.

O rótulo

O rótulo da lata
suga a tinta
derramada
no poema.

Descolorem
carnavais
ocasionais
no arco-íris
da alma.

O sol
devora
palavras
e distâncias
nos teus
olhos.

Compreendo desertos
na linha
que separa
o céu do mar.

Pássaros
invisíveis
dormem
após longa
viagem.

Decifro
mistérios
e tremores
no meio
da multidão.

Um
homem
feliz
atormenta
fantasmas
na casa
vazia.

Passam
nas mãos
redemoinhos
do destino.

Teus olhos
transportam
mares
desordenados.

Sou incompleto sem o amor da tua alma.

Liberto-me
do mito que
adorna
a existência
da lógica
na imensidão.

Ofereço a cor
dos vestidos
na escada
de mármore.

Cruzam-se
caminhos
onde moras.

Desarrumas
armários
descreves
a solidão
perdida
no espelho.

Toca
um fado
no meio
de estilhaços
nos barcos
que um dia
foram árvores.

Desço na margem
dos rios que passam
ansiosos.

Habitas
espaços
em mim
e voas.

Espio corpos
tatuados de estranhas
rotas cobertas
de folhas
queimadas.

o Mar

Encontro âncoras
de ouro onde antes existiam areais, lama e sal.


Esqueço
do corpo
aprisionado
na ilha dos
desejos.
...

Leio teus olhos.
Experimento rabisco poemas com prazo de validade.

Orquídeas
espiam
o tempo
nas janelas
da alma.

Sei das marés
e das estrelas.
Ancoro a teu lado
e não recebo
a luz dos teus abraços.

Interessa-me
o arco-íris
no corpo
do poeta
enquanto
mergulho
nas ondas
de todos
os mares.

Lembro-me
dos pássaros
que morrem
cobertos
de nuvens.
.
Desconstruo
a noite que
se fecha
enquanto
divagam
olhares.

Em
ásperos
ruídos
amanheço.

Vais

Danças
em palcos
clandestinos
e nas muralhas
que te cercam.

O poema nasce
em abismos
inertes.

Excede
o ato
da noite
intensa.

Deuses
aplaudem
altas marés
e o sussurro
das águas.

Murmuram
poemas
amanhecidos
na praia.

Consumido pela imensidão
nascem desertos
e olhares fixos
no crepúsculo.

Memórias ardem
no meio da noite.

Recebo lírios e rosas
desenhadas
em alguma nuvem do destino.

Quando
meus lábios
não definem murmúrios,
respiro
indiferente
no espaço
largo.

Esqueço
dias
e restos
da noite
em taças
de vinho.

Não esqueço das almas abandonadas
nos teus abraços.

silêncios
estranhos
e delírios
intermináveis.

Há fugas e afagos
dispersos no regaço
das manhãs.

Apaga-se
o arco-íris
no silêncio
da tarde.

Poemas

Sem ímpeto
pousam poemas escritos sem métricas.

Estranho o eco
das ondas
na beleza
das coisas
enquanto
se repetem
letras e arcos
nos céus.

Nuas

Homens se lavam
entre espelhos
e distâncias
no olhar
das musas.


Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
Autor
RaipoetaLonato2010
 
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