PESOS DE PAPEL
Antes que voem páginas avulsas,
Empilhadas por toda a escrivaninha,
Pôr pesos sobre as folhas me convinha
À espera de lufadas mais convulsas.
Granjeando tanto aplausos que repulsas,
Minhas rimas contêm em cada linha
'Inda a bossa do bronze que as mantinha
Presas às emoções n'elas expulsas...
Por mais leve do que o ar, minha poesia
Ainda manuscrita busca o espaço,
Como fosse dar asas a meu traço.
Com efeito, em tamanha fantasia
Busca querer fugir ao conhecido
E ir direto da Escrita para o Olvido.
Betim - 17 02 2020
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.