DOR:
Eu sei, a ninguém é dado saber sobre a dor do outro.
Podemos imaginar.
Podemos pensar saber por alguma experiência parecida mas isso não é saber.
A dor do outro às vezes é tão forte e imensurável que nem mesmo ele a sabe totalmente.
Nasce da soma de fatores esquecidos no tempo e que moldaram o caráter e o ser transformando-o em uma máquina de sentir completamente original e surpreendente.
Eu sei, não sei de nada sobre sua dor e o que posso fazer é oferecer a solidariedade de quem não sabe mas tenta compreender.
Por experiência própria sinto que devemos deixar a dor escorrer.
Se esgotar até deixar de ser.
Afoga-la em anestesiantes não acaba com a dor.
Só cria mais dores diferentes que se somam à dor que se queria esquecer.
Eu sei que não sei, mas a Vida sempre é maior que a dor e devemos continuar seguindo, tocando a nossa rotina e deixando que a dor fique ali no canto se diminuindo, diminuindo, até deixar de ser dor e se transformar em lembrança ruim ou em esquecimento.
Eu sei...
Nada sei sobre a sua dor. Mal, Mal sei das minhas...
(Proteus).
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