O mais estranho prazer nos torna humano,
Viver com erro que com tempo se emenda,
O futuro que impensável gera enorme fenda
No peito, ausência num presente profano.
Corrói em dor um pensamento insano,
Ansiar o amor como maior oferenda,
O imaginar como incansável lenda
Mas o usar no quotidiano como mundano.
Beleza contada apenas em sonhos.
Prazeres doces em deleites medonhos!
Me fazem descrer de toda a emoção
Caminho por entre ideais enfadonhos
Esvaídos com a razia da sentida ilusão,
Onde morre e renasce o amor à luz da razão.
Paulo Alves