Poemas : 

poema fúnebre

 
a índole canora
de aves desasadas,
findas, idas, de outrora
tomou futuras e passadas
de queda melodia
a ulular com harmonia
e eu...
e eu ria

em desassossego,
por fisgadas de procura
corre o ouvido cego
como se, de mágica cura,
desenfermasse ao espelho
enquanto tacteava o mel...
eu ria

o credo afirmou-se
encostado ao trinado
e molhou-se...
encharcou-se de salgado
deixando de ser dor,
insuportável amor
que adormece embalado
e eu...

Valdevinoxis



A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 11/04/2008 23:05  Atualizado: 11/04/2008 23:05
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: poema fúnebre
E eu... sem palavras!

Gostei muito

Beijo

Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 12/04/2008 00:35  Atualizado: 12/04/2008 00:35
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Usuário desde: 24/07/2007
Localidade: BRASIL
Mensagens: 6868
 Re: poema fúnebre
Você morre e vive em frações de segundos, Valde. Ouve o chiar do vento dos teus precipícios; ri de si mesmo em certas horas...e procura respostas...já tão cansadas diante do espelho da vida. O salgado do teu chorar e a doçura da esperança me fizeram viajar pelos meus próprios conflitos existenciais.Só os grandes poetas têm esse mérito; o de fazer seu leitor um cúmplice de sua obra.Um beijo,Núria.

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 12/04/2008 15:03  Atualizado: 12/04/2008 15:03
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: poema fúnebre
Toca-nos a alma teu poetar, profundo como a índole canora das aves. Parabéns!