Olha-me, oh tu simplicidade! Obrigo-te à maior franqueza Responde-me à questão Que me assola na alvorada! Eleva em mim a saudade Enche-me de fraqueza Mata-me de curiosidade!
Porque é que tu minimizas a prosa Tornas tão banal, enfim simples Como os espinhos de uma rosa Que retiras, e oprimes A grandeza de uma frase Quando tão complexa é como um verso?
E porque hei de eu retirar Este manto de felicidade Quando é mais simples, para a humanidade Justificar miseravelmente a tristeza?
E, explica-me, porque Oh porque... É se mais simples Traçar importância à vida Se não com o flagelo da morte?
Oh vida... Não seria mais simples Vivermos de sorrisos, como me ensinaram A coexistir com discórdia pelo diferente? Qual a urgência de se ser Se aos olhos do mundo O que vale é ter?
Oh querida e doce simplicidade Não seria mais fácil Tornar a vida num caminho Em que qualquer direção que tomemos Fosse simplesmente a felicidade?
Enfim, era tudo tão mais simples Se não nos levássemos em questões Negássemos o que nos nega E vermos simplicidade Somente nos nossos corações.