Ave-Maria
(Erothides de Campos)
Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor
Um gemido se esvai lá no espaço
Nessa hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave-Maria
Sino que tange com mágoa dorida
Recordando os sonhos da aurora da vida
Dai-me ao coração paz e harmonia
Na prece da Ave Maria
No alto do campanário
Uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu
Deixando um coração amargurado
Lá no infinito azulado
Uma estrela formosa irradia
Com mensagem do meu passado
Quando o sino tange Ave-Maria.
Erothides de Campos (1886-1945)
verde