Guardo o mar no meu dedal
onde também guardo o exílio do amor.
Guardo o mar no meu dedal
para ficar inundada de lugares.
No mar do meu dedal nasce o girassol
e a aliança de todos os caminhos.
No dedal cheio de mar
brotam pequenas pedras salgadas,
nas madrugadas cosidas
com o sal das lágrimas.
No dedal cheio de mar
vejo o âmbar do luar em fogo.
Com o dedal cheio de mar encontro o além,
na água marinha do destino.
No mar guardado no dedal,
sinto-me no útero da minha mãe.
Zita Viegas