Frustrado o homem lento caminhava
Olha em redor de si num olhar cego
Balbucia um longo pseudo-discurso
E cai só num pranto que se avizinhava
Sem abraços nem um terno chamego
Que o ampare no tortuoso percurso
A faca degola cada um dos sentimentos
Que se esfuma num cigarro mal apagado
E nos vícios que lhe consomem a alma
O sangue corre ingénuo noutros ventos
Bailando nas veias de um mar sossegado
Que adormece os loucos olhos e acalma
O frio corrói o andar e troca a língua
Embebeda os sentidos de tal maneira
Que rouba a fome e a vontade de ser
Faz da vida pedaço de pão, míngua
Pai e mãe em infindável choradeira
Desejo de ter um dia poder para ver
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma