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Cambalacho

 
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Cambalacho

Que o mundo foi e será uma porcaria, eu já sei
Em 506 e no ano 2000 também;
Que sempre houve ladrões,
Traidores e aproveitadores,
Felizes e amargurados, valores e morais.
Mas que o século XX é uma exposição
De maldade insolente, já não há quem negue,
Vivemos misturados em um merengue
E na mesma lama todos manuseados.

Hoje acontece que é o mesmo ser correto ou traidor
Ignorante, sábio, mão-leve, generoso,vigarista.
Tudo é igual, nada é melhor
O mesmo burro e um grande professor!
Sem enrolação nem reclamações,
Os imorais nos igualaram ...
Se alguém vive na impostura
E outro rouba em sua ambição
Dá na mesma que seja padre,
Preguiçoso, capanga,
Cara-de-pau ou um clandestino.

Que falta de respeito, que afronta a razão!
Qualquer um é um cavalheiro, qualquer um é ladrão!
Misturados com Stavisky, vão Dom Bosco e La Mignon,
Don Chicho e Napoleão, Carnera e San Martín.
Assim como na vitrine desrespeitosa
Dos brechós, se misturou a vida,
E ferido por uma espada, sem rebites
Se vê chorar a Bíblia contra um bandoneon.

Do século XX, brechó, problemático e febril
Quem não chora, não mama e quem não rouba é um tolo.
Da-lhe apenas, da-lhe que vai,
Que lá no forno, nós vamos encontrar!
Não penses mais, deixe de lado
Que ninguém se importa se você nasceu honrado!
Se é o mesmo quem trabalha
Dia e noite como um boi
Que quem vive das mulheres,
Que mata ou cura
Ou está fora da lei.

Compositor - Enrique Santos Discépolo
Canta - Carlos Gardel



verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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